26 de fev. de 2012

"A terra do Bugio" no Diário de Santa Maria

O Jornal Diário de Santa Maria começou a circular em São Francisco de Assis e trouxe na edição deste sábado (25), uma reportagem especial sobre a querência do bugio.
Matéria de Luiz Roeze (jornalista do DSM)


Reproduziremos abaixo:

A partir deste fim de semana, as notícias da Terra do Bugio, São Francisco de Assis, também terão espaço nas páginas do Diário. O município passa a integrar a região de cobertura do jornal, possibilitando assinaturas e venda em pontos comerciais e tendo suas notícias divulgadas pelo veículo de comunicação.

Não é à toa que o município é denominado de Querência do Bugio. Mas não é por causa dos primatas na praça, e sim em função de um ritmo musical genuinamente gaúcho, criado pelo gaiteiro Neneca Gomes em São Francisco de Assis. O músico, filho da terra, tem até uma estátua em sua homenagem na praça central da cidade.



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Segundo o escritor e compositor Salvador Lamberty relata em seu ABC do Tradicionalismo Gaúcho, Gomes passava horas tentando imitar em sua gaita o ronco do bugio até conseguir, em 1928. Dali em diante, a música que reproduzia o som emitido pelo animal se espraiou, primeiro em Santiago e, depois, por todo o Estado, em menos de 10 anos. Atualmente, dois tradicionais festivais se dedicam ao único ritmo genuinamente gauchesco, conforme Lamberty. Um é o Ronco do Bugio em São Francisco de Paula, na Serra. Outro é o Querência do Bugio, que terá sua 15ª edição neste ano em São Francisco de Assis, em data ainda a ser definida.

O festival ocorre desde fevereiro de 1993, criado pelo Grupo de Arte e Cultura Candelária do Jacuí. Hoje a tarefa está a cargo do Grupo de Arte e Cultura Querência do Bugio. Como tradição, das 16 músicas concorrentes, oito devem se enquadrar no rimo nascido na cidade.

– É o maior evento do município – afirma o presidente do Grupo de Arte e Cultura Querência do Bugio, Eri Cortes, que acrescenta que a cidade mantém a tradição de ter gaiteiros de destaque, alguns ainda na cidade e outros brilhando mundo afora.

Na praça – O surgimento espontâneo de bugios na praça central da cidade, chamada de Independência, ocorreu há cerca de 10 anos e foi uma feliz coincidência com o ritmo musical nascido na cidade. Eles acabaram virando atração, não só para a população local, que olha com carinho para os animais, como também ponto turístico para visitantes – muitos deles fazem questão de tirar fotos dos bugios. Os primatas são tão queridos que até um balde e uma bandeja suspensos por corda foram colocados na praça, para levar água e comida aos animais.

Nem só de bugios e música vivem os assisenses. No Carnaval, por exemplo, centenas de pessoas foram conferir as apresentações das três escolas de samba da cidade na Rua 13 de Janeiro. A escola de samba vencedora foi a Unidos do Pé Preto. Banda ao vivo na Praça Independência e blocos carnavalescos também animaram a festa. Com o sucesso da festa de Momo no município, já se fala no surgimento de mais agremiações para desfilar em 2013.

E assim vão vivendo os 19.254 habitantes de São Francisco, em um local tranquilo, rodeado por campos, florestas e águas abundantes. Um lugar para se apaixonar, como diz o prefeito Jorge Ernani da Silva Cruz (PP).

– Não nasci aqui, mas a cidade me acolheu muito bem, assim como a meu pai. Sou suspeito para falar, mas é um lugar muito bom para se viver – diz o prefeito, nascido em Canoas.




Jacaquá, um refúgio para os dias de calor

Às margens do Rio Ibicuí e a 18 quilômetros de São Francisco de Assis, a Praia do Jacaquá é uma boa opção para quem quer se refrescar. Além de possibilitar o descanso, o balneário oferece diversas atividades durante a temporada de verão, de dezembro e março, como torneios de vôlei e futebol de areia, o festival nativista Canto do Jacaquá, a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, cavalgadas e concursos de beleza.

É possível visitar a praia em um só dia, mas há uma área de camping para quem quiser ficar por mais tempo. Visitantes de vários locais vão aproveitar a estrutura, que dispõe de energia elétrica, água, banheiros, áreas de lazer, posto policial e salva-vidas. É o caso do empresário Ivosmar Machado, o Japinha, 38 anos, que saiu de São Luiz Gonzaga para acampar com toda a família no Jacaquá.

– Venho para o balneário há 11 anos. É um lugar bom, tranquilo. Ninguém mexe em nada, é muito legal – diz Machado, que neste ano também levou um barco para navegar nas águas do Ibicuí.

O agito em épocas como o Carnaval também leva ao balneário jovens como o auxiliar de pedreiro Maicon Brites de Moura, 18 anos, e o estudante Jardel Herter Maia, 16, que são de Santiago.

– É muito bom aqui (no balneário). Tem muita coisa para fazer – afirma Moura.

O camping tem bastante espaço para barracas, o que leva famílias inteiras para o balneário, e ainda permite a entrada de micro-ônibus, traileres, vans e caminhões. O local costuma ficar lotado nos finais de semana do verão e nos feriados prolongados. Tudo pela comodidade de sair da barraca, dar alguns passos e já poder molhar os pés no rio. É possível até levar cães de pequeno porte para o local, desde que eles estejam com as vacinas em dia.

A força econômica da pecuária de corte

Para quem é do meio rural, São Francisco de Assis é sinônimo de pecuária de qualidade. Não há dúvidas de que a atividade – exercida há mais de dois séculos – é a principal no município. São Chico é chamada de Capital Gaúcha do Zebu, mas outras raças bovinas predominam atualmente.

E como se destacam. Não é surpresa, em eventos como a Expointer, haver animais de São Francisco premiados. E foi com a força da pecuária que nasceu a Guarany Remates, que completou 35 anos em janeiro. A empresa é considerada uma das cinco maiores leiloeiras do Estado e está espalhada por 12 cidades gaúchas. O comando da empresa e do martelo é do pecuarista Simão Paz Martins.

A tarefa de gerenciar a empresa fica com Bibiana Martins Petry, 28 anos Há cinco anos, ela cuida da parte administrativa e do marketing da Guarany. Vez que outra, assume o telefone para fechar negociações eletrônicas.

– Conseguimos credibilidade ao longo de anos. Negociamos animais de todo o Estado e até de fora. E muita gente vem para acompanhar os leilões em São Francisco – diz Bibiana.

Outra força do município está na agricultura, especialmente na soja e no arroz. Também se fazem presentes milho, trigo, feijão, fumo, horticultura e fruticultura. Recentemente, a prefeitura criou e implantou o programa de Agroindústrias – Pacto Jeito Caseiro, para incentivar a permanência do homem no campo, gerando emprego e renda para as famílias. Já são 18 agroindústrias, a maioria no interior do município, que comercializam produtos como laticínios, bolachas, ovos coloniais, doces, vinhos, pães e massas, entre outros produtos.

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