Por Antônio Carlos Brunet, Dunga
Érika Minussi, madrinha da bateria da Escola de Samba Gaviões Assisenses |
Meu preâmbulo é justificado a seguir, quando introduzirei
o tema que me trouxe a escrever estas linhas que vocês, agora estão a ler. Quero aqui tratar do CARNAVAL 2012 de São Francisco de Assis, do qual, com muita honra e
prazer, eu fui, uma vez mais, avaliador. Quero na verdade, não falar,
pontualmente, do que assisti e presenciei durante as noites em que me deixei
encantar, na Praça Independência, pois não estou traçando um diário de bordo
para gerações futuras. Quero registrar minha reverência e admiração a uma
profissional que, a meu ver, sintetiza em si aquilo que, para mim, significa
Carnaval – graça, beleza, alegria, disponibilidade, profissionalismo e,
sobretudo, generosidade. Estou falando aqui da Madrinha da Bateria da Escola de Samba Gaviões Assisenses - Érika Minussi.
Ela nos magnetiza. A partir do momento em que ela coloca
os pés na avenida, tudo se transforma. Ela, então, nos mostra, como uma
verdadeira artista, a que veio. Sua entrega, sua paixão, seu prazer é completo
e insofismável. Não a conheço pessoalmente e sinto-me como se dela fora íntimo
desde sempre. Graças à sua GENEROSIDADE
– aquele estado de espírito onde os verdadeiros artistas conseguem,
concentrando sua energia com o objetivo claro de encantar seu público, através
do domínio completo de suas atribuições técnicas, entrega-se por completo, sem
pudores, não escondendo o jogo, como se costuma dizer – ela consegue atingir o ponto
certo da virada, aquele recanto escuro, onde só os iniciados conseguem chegar e
transformar seu cotidiano - doloroso às vezes - em arte.
Por sua
disponibilidade, ela abre passagem aos deuses do Olimpo. Temos, através dela,
contato direto com Dioniso, ou Baco, como preferirem. Graças à ponte que ela
estabelece com estes seres mitológicos, em sua volta tudo é beleza, tudo é
graça, tudo é alegria, tudo é carnaval. E, é esse poder transformador; essa fé
inabalável naquilo que faz; essa energia contagiante que ela nos transmite, que
fazem dela uma profissional de primeira grandeza, na arte de nos trazer
felicidade e que, creio, deveria ser motivo de reflexão, a todos envolvidos no
evento. Ela chama para si a responsabilidade da alegria e consegue. Sua postura
é altiva (sem ser, em momento algum, arrogante), de cabeça erguida, com um
sorriso estampado no rosto, ciente de estar fazendo aquilo que deve fazer e
sabe que está fazendo bem.
E isto tudo, foi provado e comprovado por ela, na noite
de terça-feira, quando sua Escola voltou à avenida e ela, com um pé
visivelmente machucado (fazendo uso de uma tornozeleira elástica) manteve-se
firme e inabalável em cima dos seus saltos altos, mostrando a todos nós que,
para um verdadeiro artista, o show tem que continuar...
Eu só lamento não haver no Regulamento do Carnaval (fica
já uma sugestão para os próximos anos) uma cláusula que abra a possibilidade de
os Jurados (Avaliadores) outorgarem (ou não) um PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI, quando necessário for, e para que não se
deixe passar em brancas nuvens, destaques da maior importância como é o caso deste
sobre o qual agora me atenho.
De qualquer maneira, eu, do alto de minha soberba, bato
cabeça para Érika Minussi, cuja
atitude deveria ser seguida por todos aqueles que (sejam em que área for),
desejarem se realizar e viver de bem com aquilo que escolheram fazer, a
despeito de todas as adversidades. Para mim, ela é o símbolo, a síntese, o
totem do carnaval (não do nosso, mas de todos), o espelho onde todos os que
tiverem a pretensão de pisar na avenida, como carnavalescos, deveriam se mirar.
Antonio Carlos Brunet, Dunga
Jurado do Carnaval 2012, São Francisco de Assis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário