22 de dez. de 2011

Começou o verão

Nesta quinta-feira (22), oficialmente mudou a estação do ano. Estamos no verão - estação de altas temperaturas e de temporada de praia.
Antes mesmo da estação, os termômetros chegaram a registrar quase 40ºC em alguns municípios gaúchos, devido a atmosfera estar mais quente nesta época do ano.
O calor é ainda acentuado devido a "sensação térmica", conforme ventos e umidade relativa do ar.

Dicas para o Verão:




No verão, alguns tipos de doenças de pele tornam-se mais comuns. Entre elas, destacamos as micoses (infecções por fungos ou “bolores”). Além disso, é do conhecimento comum que a exposição excessiva ao sol, sem proteção, contribui para o envelhecimento da pele e predispõe o indivíduo ao desenvolvimento do câncer de pele. Além da exposição ao sol, o aumento da transpiração, o contato com a areia e com piscinas com água contaminada e vestiários de uso comum são fatores que favorecem o aparecimento das doenças de pele (exceto o câncer).

Entre as micoses, vamos destacar algumas:

• Ptiríase versicolor: micose não contagiosa, que se caracteriza por lesões claras, mas que podem ser avermelhadas. Geralmente são descamativas e podem ser únicas ou múltiplas. Sem outros sintomas associados.

• Tinha ou “impinge”: são lesões em anel, com bordas vermelhas, que coçam bastante e podem descamar também. Podem surgir em qualquer parte da pele, mas são bastante comuns nas regiões de dobras. São adquiridas pelo contato com animais (cão, gato) ou com roupas de banho e areia contaminada.

Essas micoses são facilmente tratadas, e podem ser prevenidas. Evitar ficar períodos prolongados com roupas úmidas; cuidados adequados de higiene; não compartilhar roupas e toalhas; usar roupas íntimas de algodão (evitar os sintéticos), pois absorvem melhor o suor, são cuidados essenciais nesta época.

Outra doença bastante comum no verão é o herpes labial. Mais de 90% das pessoas já entraram em contato com o vírus que causa essa doença, mas nem todo mundo a desenvolve. As pessoas predispostas apresentam uma condição que se caracteriza por um período inicial de dor e ardência no local, com posterior aparecimento de vesículas que se rompem e formam crostas. São bastante dolorosas. A doença não tem cura e evolui com períodos de piora, intercalados com longos períodos sem nenhum sintoma nem sinal. Entre os fatores que desencadeiam uma crise estão: exposição excessiva ao sol e estresse. O tratamento durante a crise pode ser feito com pomadas ou comprimidos.

Finalmente, o câncer de pele. Antes de tudo, devemos lembrar que em determinadas regiões do país, como o nordeste, o nível de radiação solar é elevado praticamente o ano inteiro, por isso os cuidados com a pele não se restringem ao verão. Os raios que mais agridem a pele são os UVB (ultravioleta B), mas o UVA (ultravioleta A) também é importante porque ele potencializa a ação do UVB. Esse câncer está sabidamente associado a longos anos de exposição desprotegida ao sol, e pode ser prevenido pela adoção de condutas bastante simples.
• Use protetor solar diariamente, com fator de proteção solar adequado. Esse valor é diferente para cada pessoa, devendo ser indicado por um profissional. Deve ser aplicado em todo o corpo, mas principalmente nas áreas mais expostas ao sol. Usar também protetor labial, para evitar ressecamentos e rachaduras.
• O protetor solar deve ser reaplicado com freqüência, especialmente após longo período de exposição solar, depois de banho de mar ou piscina (não confie tanto na história de que não sai na água), transpiração excessiva.
• Vale lembrar que o protetor solar deve ser usado o ano inteiro, pois mesmo em dias nublados os raios solares conseguem ultrapassar as nuvens e atingir a pele das pessoas. Lembre-se: a maior parte da exposição ao sol ocorre durante atividades rotineiras do dia-a-dia, e não apenas nas idas à praia ou ao clube.
• Use chapéus (ou bonés) e roupas adequadas.
• Sempre que possível fique na sombra. E evite exposição ao sol entre 10 horas da manhã e às 4 horas da tarde. Esse é o período de maior radiação.
• As crianças com menos de 6 meses devem ser mantidas sem contato direto com o sol, o máximo possível.
• Cuidado com superfícies refletoras, como a areia, concreto, água; mesmo que você esteja na sombra os raios atingem você.
• Hidratação da pele após expor-se ao sol; dê preferência a loções ou cremes que contenham vitamina E ou aloe.

Cuidados com os olhos

Não é só a pele que precisa de proteção. Os olhos também sofrem a ação de agressores, como os raios ultravioleta, podendo haver aumento do risco de doenças como a catarata. Use óculos escuros, que bloqueiem pelo menos 99% da radiação ultravioleta.

Mas esse não é o único problema que ameaça a saúde dos olhos, no verão. A conjuntivite é caracterizada pela inflamação da conjuntiva, que é a mucosa que recobre os olhos. Não é uma doença grave, mas é incômoda e contagiosa, devendo ser tratada. A conjuntivite pode ser causada por vírus ou bactérias, levando a quadros diferentes, que requerem tratamentos também distintos. Nada impede que a doença seja inicialmente causada por vírus e, posteriormente, ocorrer infecção por bactérias sobreposta. Os sintomas são: presença de olhos vermelhos e lacrimejantes, dor (que pode ser forte), sensação de que há areia nos olhos, dor ao olhar pra luz, pálpebras inchadas. No caso das bacterianas, há uma grande produção de secreção amarelada e, pela manhã, a pessoa acorda com as pálpebras “grudadas”. Já nas conjuntivites viróticas, a produção de secreção é bem menor, e a mesma é clara.

A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de objetos contaminados (toalhas, travesseiros, lenços), e dissemina-se rapidamente em ambientes como escolas, creches. Outra forma de contágio é o banho em piscinas contaminadas ou praias poluídas (daí a importância desse tema no verão). O tratamento da conjuntivite bacteriana é feito com uso de colírios de antibiótico. No caso das viróticas, o tratamento consiste em lavagem e manutenção de cuidados de higiene.

Para prevenir essa doença, mantenha hábitos de higiene adequados; evite coçar os olhos; use lenços descartáveis, quando necessário; use travesseiros individuais; evite usar objetos de pessoas com a doença; evite piscinas com água não tratada e o uso de lentes de contato nessas situações; cuidados básicos com as lentes de contato.

Desidratação

A água representa mais da metade do peso do nosso corpo e, nas crianças essa porcentagem é ainda maior. Para manter a temperatura corporal, um dos mecanismos mais importantes é a perda de calor através do suor, o que impede que a temperatura do nosso corpo aumente demais. O mecanismo é que, a água do suor, ao evaporar, retira o calor da pele, resfriando-a.

No verão, o calor intenso e a umidade favorecem o aumento da transpiração e, consequentemente, da perda de água. Por isso, nessa estação do ano o risco de desidratação é maior. Esse risco é maior em crianças e idosos, devido ao fato de que o organismo deles tem maior dificuldade em conservar a água no corpo. A desidratação seria, então, uma perda excessiva da água corporal, levando a alguns quadros que podem, em alguns casos, ser muito graves.

Assim, no verão, recomenda-se uma maior ingestão diária de líquidos, que pode ser feita com diversos produtos, inclusive frutas. Quando a transpiração é excessiva, além da água perde-se também sais minerais, os quais devem também ser repostos. Recomenda-se água natural, sucos de frutas (limonada, suco de laranja), bebidas isotônicas (repõem muito bem os sais minerais), água de coco (é uma bebida isotônica natural, com quantidades equilibradas de água e sal; é excelente para hidratação). Importante lembrar que refrigerantes não são bons para hidratação, porque contém quantidades muitos grandes de sal e outras substâncias, além de não conterem vitaminas, portanto evite-os.

Outro aspecto importante é que a sede é um sinal tardio da falta de água, por isso não espere pela sede para hidratar-se. O ideal é ingerir pequenas quantidades de líquidos variados, durante todo o dia. Em casos de desidratação, recomenda-se o uso do soro caseiro, que é facilmente preparado com água filtrada, sal e açúcar. Ele deve ser oferecido em pequenas quantidades e várias vezes ao dia.

Finalmente, devemos ressaltar o papel das intoxicações alimentares e gastrenterites. Essas condições são causas de diarréias muito comuns durante o verão, por isso tome cuidado na hora de escolher os alimentos e prefira sempre carnes, frutas, legumes e verduras frescos. E não se esqueça de lavá-los bem antes do preparo. Cuidado também com as “comidas de beira de praia”; nem sempre o que é bonito e tem cheiro agradável está adequado ao consumo.

Cuidados alimentares

Por ser a estação das férias, no verão ocorre um aumento do consumo de alimentos fora de casa. Com isso, ocorre grande aumento na incidência de doenças veiculadas pelos alimentos. Uma alimentação balanceada é importante para manter o funcionamento adequado do organismo, e deve conter todos os nutrientes necessários: carboidratos (açúcares), proteínas, gorduras, vitaminas, sais minerais, fibras e líquidos.

As recomendações são as seguintes:

• Ao ingerir alimentos fora de casa, observe a higiene do local, dos utensílios, dos alimentos e do vendedor. Peça para visitar a cozinha.
• Observe as características próprias dos alimentos e, na dúvida, não consuma.
• Ingerir frutas e vegetais de cores variadas.
• Evite longos períodos de jejum; faça de 4 a 6 refeições por dia.
• Preferir os alimentos com produção característica em determinada estação do ano.
• Ingerir apenas água filtrada, fervida, ou mineral.
• Evite o consumo de enlatados, produtos industrializados e embutidos.
• Evite as dietas milagrosas. Faça ingestão moderada de todos os tipos de alimentos.
• Observe as condutas de higiene na preparação dos alimentos.

Com essas dicas simples, esperamos que suas férias não sejam interrompidas por imprevistos indesejáveis.
Fonte:  Equipe Editorial Bibliomed

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